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out.
07
2013

Steven Redant: "Uma noite de sucesso é melhor do que qualquer orgasmo"
07 out. 2013
por misterb&b

Steven Redant: "Uma noite de sucesso é melhor do que qualquer orgasmo"

Apanhámo-lo no Skype uma tarde, quando ele tinha tido tempo para se sentar em casa durante algumas horas. Ele estava a dar uma dentada de chocolate, "um vício belga". Steven Redant, esse é o seu verdadeiro nome, tem 37 anos, é oficialmente casado com o seu amigo e vive em Barcelona. É um DJ e produtor que já tocou em todos os maiores clubes gay do mundo, no Rio, Tel Aviv, Berlim, Barcelona e Paris. Ele também é um residente na Dementia há 15 anos.

Como é que a tua carreira como DJ e produtor começou?
Steven Redant:
Comecei como barman aos 19 anos de idade no La Démence em Bruxelas. Pouco a pouco, fui entrando na equipa da Démence. E um dia, um amigo DJ disse-me que eu devia começar a ser DJ, porque tinha ouvidos, que era melhor do que alguns outros DJs. Por isso fui em busca disso. Eu comecei com um programa de rádio na Flandres, funcionou bem. Então, num Verão, alguém me pediu para jogar em Ibiza. Eu disse que sim, e comecei no Privilege, 3 vezes por semana, com toda a simplicidade (risos). Depois fiz uma residência no Dementia, e lá fui eu.

No início mantive um emprego, por segurança. Eu tinha a revista GUS. E depois, a certa altura, disse a mim próprio que era altura de não fazer mais nada, 100% do meu tempo. E desde então, tem corrido muito melhor!

Onde te podemos ouvir hoje?
SR:
Sou residente no La Démence, em Bruxelas, em Roma para a nova noite do Push Club com Phil Romano e jogo frequentemente no Brasil. Mas eu não tenho muitas residências, prefiro ser um DJ convidado, ser livre, organizar-me como quero. As residências são aborrecidas, tens demasiadas obrigações. Excepto em La Démence.

Steven Redant

Então o que há de diferente nesta noite?
SR:
Na La Démence, nunca te aborreces, é sempre bom! Todos os DJs adoram tocar lá porque é a mistura perfeita que falta hoje em dia nos clubes gay: ursos, musculados, jovens, velhos, fashionistas, alternativas... Até os parisienses deixam a atitude no bengaleiro! É a verdadeira festa. Para mim, uma festa parece ser a sua promotora. E Thierry(o chefe da Démence, nota do editor) é alguém que faz de tudo para garantir que as pessoas se divirtam. E depois podes fazer o que quiseres nesta festa, diz a ti próprio que o Thierry fez pior do que tu (risos).

Como é a vida de um DJ internacional?
SR:
São 15 aviões por mês, por vezes 3 ou 4 voos por fim-de-semana, durante 15 anos. Mas eu não me estou a queixar. Assim que paro, por exemplo para passar um fim-de-semana com o meu marido, ao fim de alguns dias volto a ter comichão. Eu preciso desta vida nómada.

O que é uma noite de sucesso?
SR:
Uma boa festa é quando tens um contacto real com o público. Não tenho de pensar nas canções que vou tocar, só tenho de as sentir e tem de se adaptar ao que as pessoas esperam. Quando consegues essa química, é melhor do que qualquer sexo. Não há orgasmo que seja igual a isso.

A tua melhor recordação de discoteca?
SR:
Cada Demência é uma boa memória. Mas de resto, tenho uma memória maravilhosa do orgulho gay em Madrid. Jogar diante de 15.000 pessoas, braços no ar, saltar, faz-te alucinar, dá-te energia durante meses e meses.
Eu também me diverti muito no Carnaval, este ano em Sydney. Normalmente gosto de chegar no último minuto, por isso não tenho de me preocupar com isso, mas por razões práticas tive de chegar 2 horas antes. Fui dar uma volta pelo local e descobri o pódio, enorme, digno da Madonna ou da Kylie e de 8.000 pessoas à sua frente. O susto do palco subiu de repente, comecei a ficar muito nervoso. Depois, toquei a minha primeira canção, e já estava a melhorar. Passados 15 minutos, algo estava a acontecer com a multidão, e isso foi uma enorme emoção. Não é uma onda que te leva àquele momento, é um tsunami!

Alguma festa com que sonhes actuar?
SR:
Nem por isso. Excepto talvez uma noite em Taipé. Sabes, eu nunca joguei a White Party em Miami, nem a Allegria em Nova Iorque. Por isso se isso acontecer tudo bem, mas não vou fazer nada de especial para lá ir. O meu calendário está cheio, estou a divertir-me imenso e não me estou a queixar!

Steven Redant La Démence
Steven Redant no Dementia © DR

Quais são os teus lugares preferidos em Barcelona?
Um bar?
Bim Bam Bum. Quando ele sabe que estou em Barcelona, o dono pede-me para vir jogar. É quase como uma festa privada, conheço toda a gente lá, até os clientes, há sempre um bom ambiente.
Um restaurante? La Casetta, aberto apenas no Verão, no parque Montjuic, ao ar livre, com vista para o porto. É um lugar alternativo, com cadeiras de campismo, velas, um grande barbecue, não podes escolher o teu menu, basta dizeres se queres comer ou beber. Fica a 5 minutos do centro da cidade de táxi e tu estás no meio da natureza, é lindo
Um hotel? Eu não fui lá, mas foi-me recomendado o Chic&Basic, barato, muito design.
Um clube, uma festa? A festa da Sala Negra, perto da Plaça de Catalunya. Antes, em Barcelona, havia apenas a Matinée e o DBoy. Agora está a começar a mexer-se. A Sala Negra é ao Domingo à noite e o lugar é bom, não muito grande, não muito pequeno, com boa música.
Uma loja? Limited Editions, uma das maiores lojas de sapatilhas do mundo, podes ter a certeza que se houver um novo treinador, eles têm-no!
Uma praia? Não em Barcelona. Vou a Sant Pol de Mar, a uma hora de Barcelona, numa praia muito pequena e tranquila com um chiringuito. É muito longe para famílias com crianças mas não escondido o suficiente para ter demasiadas bichas (risos), é um lugar muito agradável

Para onde mandarias um turista para sentir a verdadeira atmosfera de Barcelona?
SR:
Os Ramblas talvez? É muito turístico mas é típico, muito espanhol e de lá podes ir a qualquer lado, à praia, à cidade velha ou às compras.

Em que outra cidade do mundo te sentes em casa?
SR:
Rio de Janeiro. Para mim é Barcelona em esteróides (risos). Tudo o que está errado com Barcelona é pior no Rio, e tudo o que está certo em Barcelona é melhor no Rio. Acho que já não conseguiria viver numa cidade sem o mar. Dá a uma cidade uma energia diferente. Ao meio-dia, no intervalo do seu almoço, eu e o meu marido às vezes vamos à praia durante uma hora. É uma hora de férias.

Quais são os teus lugares preferidos no mundo e porquê?
Um hotel?
A Casa do Soho em Berlim. É um hotel fantástico, onde só podes reservar se fores membro do clube. Fica num antigo edifício industrial da Alemanha de Leste. O meu quarto era enorme, a cama ainda mais enorme, era super estilosa. No mini bar, não tinhas álcool mas sim brinquedos sexuais! E no chuveiro não foram amostras mas sim frascos de 1 litro de 5 champôs diferentes e 5 géis de duche diferentes. Inacreditável!
Um restaurante? Frite Kot (que significa "Chips" em Bruxelas) na 2ª avenida. em Nova Iorque. É bom ter uma peça belga como essa em Nova Iorque. E são muito bons, já para não falar dos molhos belgas típicos: tártaro, samurai, andalouse e, claro, a maionese muito boa!
Um clube? Vou fazer inimigos a responder a esta pergunta... Digamos que o Stereo, o clube gay em Montreal. Eu nunca ouvi tal som, eles têm os melhores DJs por perto, tudo é óptimo
E depois o Mix em Paris. Eu sei que os maricas parisienses odeiam este clube, mas eu adoro este. A minha última mistura lá, para a festa do orgulho gay SuperMartXé, continua a ser a minha melhor recordação do Verão passado. Foi um daqueles raros momentos, com uma ligação total com o público.
Uma praia? North Shore no Hawaii. Não sou um grande fã dos Estados Unidos, mas o Hawaii é ainda melhor na vida real do que na televisão!

Steven Redant

A cidade ideal para festejar?
SR:
Não existe tal coisa. A festa ideal é quando tudo corre bem, a música, o lugar, o ambiente, pode acontecer em qualquer lugar, mesmo nos lugares mais improváveis. Mas se tiveres de lhe dar um nome, digamos Berlim. Os clubes e festas estão em lugares incríveis, industriais ou históricos... O bar Berghain/Panorama, GMF, KitKat Club... Os berlinenses sabem mesmo como festejar!

Onde encontras os rapazes mais bonitos?
SR:
Tel Aviv! Vou fazer muitos inimigos com este... Sempre que lá estou, acho incrível como eles são bem-parecidos. Devem ser os seus 3 anos de serviço militar, é uma vantagem para eles! Disseram-me que os rapazes também são muito bonitos em Beirute....

A cidade ideal para te apaixonares?
SR:
Paris, é claro

A cidade ideal para casar?
SR:
Bruxelas. Porque eu casei lá! Foi o Presidente da Câmara de Bruxelas que se casou connosco, na Câmara Municipal, no Grand Place. No final da cerimónia, ele convidou-nos a ir à varanda e saudar os nossos amigos que gritavam "un bisou, un bisou! Eles gritaram tão alto que todos os turistas do Grand Place se viraram e aplaudiram. Um grande momento de glória (risos)!

A cidade mais amiga dos gays?
SR:
Barcelona. Aqui ninguém quer saber se és gay ou heterossexual.

Algo que levas sempre contigo quando viajas?
SR:
Os meus auscultadores e o meu iPod. Num avião não podes fazer nada para que eu possa realmente concentrar-me na minha música.

És mais uma pessoa do corredor ou da janela?
SR: Mais como negócios! (risos) Não, estou a brincar, não acontece tantas vezes quanto eu gostaria.

O teu melhor conselho para viajar?
SR:
Não stresses.

A tua próxima viagem?
SR: Vou a Roma amanhã (nova festa Push), no dia seguinte vou a Nova Iorque (festa Hutlaball), fico alguns dias e depois volto a Toulouse (festa dos bastidores)

O destino dos teus sonhos?
SR:
Tailândia, numa micro-ilha. Há um hotel que eu e o meu marido esperamos há 5 anos pela nossa lua-de-mel, o que ainda não tivemos tempo de fazer.

Finalmente, podes partilhar com os nossos leitores uma foto de uma das tuas últimas viagens?
SR: Este é o nascer do sol no aeroporto de Barcelona. O aeroporto que conheço melhor, que odeio porque o vejo demasiado e que adoro porque me deixa ir todas as semanas e também me deixa voltar todas as semanas.

Steven Redant

Steven Redant, para ser encontrado no seu site oficial ou na sua página do Facebook.

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